quinta-feira, 10 de junho de 2010

Zero Hora 10 de junho de 2010 N° 16362
CRIME EM CACHOEIRINHA
Policial militar é suspeito de matar jovem
Um policial militar do Batalhão de Operações Especiais (BOE) de 25 anos foi preso por suspeita de matar Roberto de Carvalho Durincg, 23 anos, em Cachoeirinha. De acordo com a Delegacia de Pronto Atendimento de Gravataí, o PM atirou na vítima no início da tarde de ontem. Durincg foi levado ao hospital, mas não resistiu.A Brigada Militar foi acionada e chegou ao suspeito pelas placas do carro. Ele foi detido em casa e teve uma pistola apreendida.O PM alegou que teria sido assaltado, enquanto o pai, a mãe e a irmã da vítima afirmaram que se tratava de uma execução, uma vez que o suspeito estava rondando a área perto da casa da família. De acordo com a delegacia, o PM estava de folga e foi encaminhado ao BOE. A polícia não divulgou o nome do policial militar.

Meu comentário: Parece que a moda esta pegando, policiais militares saem executando como se estivessem acima da lei e da ordem. E nos casos recentes, chama a atenção a idade dos policiais são jovens com menos de 30 anos, e também jovens na carreira. Começo a crer que é uma falha na formação desses policiais. Está na hora das autoridades, bem como os comandos reavaliarem, e até mesmo fiscalizarem, de que forma estão sendo lançados à rua quem tem por dever proteger a vida alheia, e não arranca-la de forma brutal, pois no caso acima o policial foi assaltado deveria ter se defendido, com toda a certeza, e em ferido o assaltante ter prestado também o socorro, bem como ter se apresentado a autoridade policial e informar o fato, e não se refugiar em casa. Todos tem direito a vida.

Paulo Dornelles




Zero Hora 10 de junho de 2010 "SUA SEGURANÇA Humberto Trezzi"

Difícil hoje encontrar soldados da BM que não atuem em “bico”. Entidades sindicais acreditam que a prática abrange 85% dos policiais que trabalham nas ruas. Décadas de baixos salários fizeram do duplo emprego uma tradição. É até delicado criticar o policial por procurar alternativas de renda, mesmo sabendo que o procedimento é ilegal.São vários os problemas decorrentes dessa prática, bem como admite o comandante da BM, coronel João Carlos Trindade. A começar pela tentação do uso da influência para garantir um emprego civil.Mas existem outras consequências. Duplo emprego significa acúmulo de horas no trabalho, muitas madrugadas insones e, em decorrência, estresse. Policiamento é uma das atividades mais estressantes do mundo. Quando a ela se soma o ato de guarnecer empresas privadas, o sujeito passa dia e noite em tensão.Qual a solução? Pagar melhor. Os soldos vêm melhorando, justiça seja feita, mas os policiais gaúchos continuam entre os pior remunerados do país. Serão necessários muitos anos para coibir, com moral, a prática do “bico”.-->
A regra entre policiais
O episódio envolvendo seguranças da boate que mataram um cliente que brigou no estabelecimento chama a atenção porque os envolvidos no crime são PMs. Tinham duplo emprego: de dia, no policiamento. À noite, como leões-de-chácara.Difícil hoje encontrar soldados da BM que não atuem em “bico”. Entidades sindicais acreditam que a prática abrange 85% dos policiais que trabalham nas ruas. Décadas de baixos salários fizeram do duplo emprego uma tradição. É até delicado criticar o policial por procurar alternativas de renda, mesmo sabendo que o procedimento é ilegal.São vários os problemas decorrentes dessa prática, bem como admite o comandante da BM, coronel João Carlos Trindade. A começar pela tentação do uso da influência para garantir um emprego civil.Mas existem outras consequências. Duplo emprego significa acúmulo de horas no trabalho, muitas madrugadas insones e, em decorrência, estresse. Policiamento é uma das atividades mais estressantes do mundo. Quando a ela se soma o ato de guarnecer empresas privadas, o sujeito passa dia e noite em tensão.Qual a solução? Pagar melhor. Os soldos vêm melhorando, justiça seja feita, mas os policiais gaúchos continuam entre os pior remunerados do país. Serão necessários muitos anos para coibir, com moral, a prática do “bico”.

Meu comentário: A notícia é alarmante e ao mesmo tempo vergonhosa, demosntra a incopetência da polícia em inibir tais casos de duplo emprego, bem como para as entidades sindicais, pois demonstra que essas nada fizeram ou fazem, para que este quadro mude, porque é sabido que nada se faz sem representação política. Esse quadro poderia ser mudado, se as entidades de classe se organizassem politicamente, pois se tem os dados de que 85% dos policiais fazem bicos, provem e comprovem para os legisldores e façam a devida reinvidicação, por salários mais justos, e deixem de fazer politicagem. E temos que deixar de usar esta máxima, de que para se executar um bom trabalho tem que se receber altos salários. O que seria de nossas ruas se os garis resolvessem porque ganham mal, fazer de conta que recolhem o lixo, os professores, as empregadas domésticas e por ai vai. Quem fez concurso para ser policial, antecipadamente sabia quanto era o salário. Não há nada mais triste do que profissão sem ter talento.

Paulo Dornelles

terça-feira, 8 de junho de 2010

Zero Hora 08 de junho de 2010 N° 16360
TRAGÉDIA NA BALADA
Pistola da BM foi usada em crime
Polícia apura se munição que matou universitário também era do Estado
A bala que matou o universitário Wagner Boeira Cardoso, 26 anos, na madrugada de domingo, na Capital, foi disparada por uma pistola calibre .40 de propriedade do Estado. A arma era empunhada pelo soldado da Brigada Militar (BM) Thiago de Lima Garcia Vieira, há seis anos na corporação e que trabalhava como segurança da casa noturna Roseplace, no bairro Moinhos de Vento.O policial de 26 anos teria perseguido o jovem por duas quadras e, após agredi-lo a socos e pontapés, efetuado disparo que atingiu a cabeça da vítima. A polícia apura se a munição era de propriedade do Estado.Tudo teria começado na fila do caixa. Amigo de infância de Cardoso, o universitário Ricardo Paz Gross, 28 anos, também agredido pelos seguranças, conta que a dupla se preparava para deixar a casa noturna quando um incidente teria deflagrado a violência.– Dois caras tentaram furar a fila na hora de pagar, aí a gente reclamou. Na saída, um deles me deu um encontrão e, em seguida, uma cabeçada. Mas não reagimos. Então, cerca de seis seguranças nos tiraram para fora a socos e chutes – conta o estudante.As agressões continuaram no lado de fora da boate, localizada na Rua 24 de Outubro. Os jovens tentaram correr até o estacionamento onde estava o carro deles, há cerca de duas quadras do local, na Rua Doutor Timóteo, mas foram seguidos por três seguranças, entre eles, o soldado Thiago.– Caímos no chão e continuaram dando coronhadas. Estavam enlouquecidos. De repente, pararam e saíram correndo. Quando olhei, vi ele baleado na cabeça. Entrei em pânico e pedi socorro a um taxista que passava – revela Gross.Imagens de câmeras podem auxiliar nas investigaçõesA indignação de familiares levou-os a um protesto ontem à tarde em frente à casa noturna. Na esquina onde ocorreu o crime, fizeram um oração para a vítima, estudante de Administração, que estava no último ano da faculdade e trabalhava como auxiliar administrativo na Vonpar.– Ele havia passado nos últimos concursos do Banrisul e da Trensurb. Era um garoto tranquilo, feliz, que morava com os pais, e aguardava ser chamado em uma das duas seleções – lembra a prima da vítima Jaqueline Boeira Izzolotto, 38 anos.O PM Thiago foi preso no domingo, em Osório, para onde havia se refugiado. Conforme o delegado de Homicídios, Arthur Teixeira Raldi, um segundo soldado do 9º BPM, também autuado em flagrante, teve a liberdade provisória concedida pela Justiça.– Isso não quer dizer que ele também não seja indiciado, já que, como PM, teria a missão de evitar o homicídio. Estamos buscando identificar quem seria o terceiro segurança envolvido – ressalta o delegado.Em depoimento, Thiago afirmou que o disparo teria sido acidental. Conforme o coronel Antero Batista, comandante do Policiamento da Capital (CPC), o PM disse que a vítima teria tentado pegar sua pistola.– Segundo o PM, nesse momento, a arma teria disparado. Foi isso que disse à Brigada e à Polícia Civil, que investigará o caso – explicou.O oficial reagiu indignado ao ser informado de que a arma usada no crime era da corporação:– A Brigada não compra arma para PM fazer bico.As imagens das câmeras de segurança da casa noturna já foram encaminhadas ao Departamento de Criminalística para serem analisadas. O delegado espera, até quarta-feira, receber ainda cópias das câmeras de rua e de um estacionamento próximo.– Por enquanto, não tenho elementos para apontar responsabilidade criminal dos donos da casa noturna, mas temos muitas pessoas para ouvir ainda. Quero concluir o inquérito na próxima semana – adiantou Raldi.

Meu comentário: Esta notícia nos dá náusea, e me causa espanto pelas controvérsias, pois todos nós sabemos que policiais trabalham nos chamados bicos, só não sabe o comando da corporação. Estou pasmo, uma polícia que possui um setor de inteligência, não sabe que policias fazem bico. E o pior, esse soldado executou um jovem com a arma pertencente ao estado. Ou seja, estamos pagando para que desiquilibrados nos executem. E ainda tenho que ler a declaração do assassino de que "o disparo teria sido acidental". Como se sacou a arma, é porque tinha a intenção de matar, e matou com a conivência do estado e de seus superiores hierarquicos, porque estava de folga fazendo bico, e usando a arma pertencente ao estado. Todos deveriam responder na medida de suas responsabilidades, pois se este desiquilibrado não estivesse com a arma autorizada pelo seu comandante, talvez ele não teria cometido essa execução. Nos resta lamentar profundamente a morte desse jovem, e ficarmos cada dia mais temerosos, pois nossos filhos correm grande risco de não voltarem para casa, pois as armas "legais" estão sem controle, e disparam tiros a queima roupa acidentalmente.

Paulo Dornelles



Zero Hora 08 de junho de 2010 N° 16360

RUAS ENTUPIDAS
Acidente desencadeia caos no trânsito de Porto Alegre
Megaengarrafamento testou a paciência dos motoristas após colisão na Avenida Castelo Branco
Um acidente, ontem, expôs o esgotamento da malha viária de Porto Alegre. Um congestionamento generalizado a partir da área central se formou após uma colisão entre dois ônibus e dois automóveis.Houve dois quilômetros de engarrafamento na Avenida Castelo Branco, no sentido Capital-Interior, aproximadamente às 16h, provocando reflexos nas principais vias da região.A explicação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para o entupimento das vias foi o acidente, no qual se envolveram um ônibus da Transcal, outro da Central e dois automóveis, um Fox e um Clio. Cinco pessoas ficaram feridas sem gravidade. Uma série de problemas causados em consequência do choque entre os veículos aprofundou o caos, de acordo com o gerente de Operações e Fiscalização do órgão, Paulo Gomercindo Machado:– O ônibus da Central tinha 32 passageiros. Eles ficaram na pista e tivemos de fazer baldeação, tirar os que estavam na pista, paralisar a Castelo Branco, fazer as duas ambulâncias entrarem na contramão porque tinha cinco pessoas feridas.Depois do atendimento, foi preciso parar um terceiro ônibus para transportar os passageiros a um lugar seguro. O veículo da Transcal seguiu viagem, mas o da Central teve de ser removido com um guincho porque uma roda tinha ficado presa após o acidente. Para complicar ainda mais, foi necessário chamar o Corpo de Bombeiros para retirar o combustível da pista. O tempo passou, até chegar o horário de pico no trânsito porto-alegrense. Aí, tudo parou.Desmaio de mulher aumentou nervosismo dentro de ônibusDo Centro à PUCRS os motoristas levaram uma hora, da Erico Verissimo à UFRGS, 40 minutos, da Azenha ao Centro, uma hora, da Erico à freeway, uma hora e meia, atravessar a Rua dos Andradas, 30 minutos. Muito estresse para os motoristas, que ficaram presos na lentidão desde o meio da tarde.Na Avenida Protásio Alves, o desmaio de uma mulher aumentou o nervosismo dentro de um ônibus da linha T8. Por causa do trânsito e da falta de ambulâncias, o socorro chegou somente 45 minutos depois, de acordo com o soldado da Brigada Militar Maurício França, 39 anos, que prestou ajuda à mulher.– Estava tudo trancado na Protásio. O que piorou foi isso – disse.As vias mais afetadas, segundo a EPTC, foram Borges de Medeiros, Osvaldo Aranha, Independência, João Pessoa, Venâncio Aires, José do Patrocínio, Farrapos, Julio de Castilhos e Garibaldi. Somente por volta das 20h o trânsito foi normalizado na região.A EPTC aposta em algumas intervenções para evitar outras situações de caos no trânsito. Uma delas é a ligação da Rua Voluntários da Pátria com a Avenida Ernesto Neugebauer, conforme o diretor de Operações da EPTC, Vanderlei Cappellari. A via seria uma opção de escoamento no caso de um acidente como o de ontem, que bloqueou totalmente a Castelo Branco por quase uma hora.– A Castelo tranca muito rapidamente porque tem um fluxo muito alto. Acaba interferindo em cascata em outras vias – afirmou Cappellari.

Meu comentário: O atual prefeito recebeu uma herança maldita, Porto Alegre está as traças. Seu antecessor, nada fez e deixou uma cidade esburacada, sem nenhuma obra significante e secretarias e departamentos abarrotadas de estagiários que nada resolvem e uma empresa que só visa arrecadar com multas. Que venha a copa 2014!

Paulo Dornelles

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Zero Hora 04 de junho de 2010 N° 1635
FARRA NAS CADEIAS
Susepe volta a apostar em detectores de metais
Superintendência desistiu de instalar bloqueadores de telefones celularesSusepe volta a apostar em detectores de metais
Superintendência desistiu de instalar bloqueadores de telefones celulares
O uso de bloqueadores de celulares, tecnologia tratada durante muito tempo como a principal esperança para acabar com a farra dos celulares nas cadeias gaúchas, foi agora descartado pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Falhas na tecnologia levaram o órgão a desistir de instalar os futurísticos bloqueadores para voltar a apostar nos detectores de metais e no velho e conhecido aparelho de raio X.A tecnologia dos celulares em frequente evolução e a dificuldade em limitar o bloqueio à área das prisões foram as causas da desistência da Susepe, apontou ontem o superintendente do órgão, Mario Santa Maria Júnior. Não existe garantia de empresa alguma de que o bloqueio não se alastre para a zona residencial à volta das penitenciárias, sustenta o dirigente. Além disso, a cada dois anos a tecnologia se torna obsoleta. Assim, o investimento, previsto em R$ 8 milhões, rapidamente perderia a eficácia. A Susepe decidiu descartar a ideia após 10 meses de testes e alguns anos de promessas.– Testamos no Presídio Central (de Porto Alegre) e na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas). O que fizemos: nós recuamos e começamos a fazer um estudo para a aquisição de (aparelhos de) raio X e detectores de metais – afirmou Santa Maria.A promessa é comprar 41 esteiras iguais às existentes em aeroportos, 200 portais detectores de metais como os existentes em fóruns, 180 detectores de metais manuais e uma novidade que o superintendente viu em Londres (Inglaterra), uma cadeira na qual a pessoa senta e o sistema verifica o interior da genitália e dos intestinos. O preço para adquirir esses equipamentos seria equivalente ao dos bloqueadores.O superintendente garante que todos passarão pelos detectores, desde apenados a servidores, passando por advogados e visitantes.– Faz uns seis meses que eu expedi uma portaria proibindo todo servidor penitenciário e advogado a ingressar na área das celas com aparelho celular. Somente o diretor e o chefe da segurança podem entrar com o aparelho – disse o superintendente.A ideia dos bloqueadores de sinal nas cadeias surgiu em São Paulo no início de 2001, quando o grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) conflagrou 17 presídios com rebeliões, fazendo centenas de reféns. Em 2002, o equipamento chegou a ser instalado em oito casas prisionais. Entretanto, o governo paulista desistiu do projeto porque ficou obsoleto, e preferiu investir em aparelhos de raio X e e detectores de metais para evitar a entrada dos celulares nas cadeias.A política de instalar detectores de metais nas cadeias chegou a ser implantada no Estado, mas não teve sequência. Atualmente, há equipamentos de raio X em poucas prisões gaúchas. São de uma época em que eram a esperança de solução para a farra dos celulares, por meio dos quais os presos comandam tráfico e assaltos e ordenam execuções fora das celas.Em setembro de 2000, uma comissão de deputados vistoriou presídios gaúchos e condenou a revista íntima nas pessoas que visitam os presos. A seguir, houve a garantia do então superintendente, Aírton Michels, de aquisição de máquinas de raio X.No Estado, a intenção da direção atual da Susepe é instalar esses equipamentos e detectores de metais nos presídios maiores e médios do regime fechado e também nas principais prisões regionais e casas de regime aberto. O pedido já está na Secretaria de Planejamento. Santa Maria aposta ser possível começar a instalar os aparelhos em três meses:– No sistema penitenciário, se não tiver otimismo, não se trabalha mais.

Comentário:
Essa farra de celulares nas cadeias gaúchas, vem desde a invenção do celular, e pelo que se sabe celulares não tem asas, ou seja, não entrão voando nos presídios. É claro que alguém repassa para os detentos, daí a solução é aplicar dinheiro público em aparelhos de última geração em um prédio da década de 60, e todos nós sabemos que ainda assim teremos que ler e ouvir notícias como esta. Não seria mais barato e eficáz combater a corrupção, pois o próprio Superintendente declara: – Faz uns seis meses que eu expedi uma portaria proibindo todo servidor penitenciário e advogado a ingressar na área das celas com aparelho celular. Somente o diretor e o chefe da segurança podem entrar com o aparelho. Será que ele está desconfiando dos advogados e agentes?

Paulo Dornelles